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25 DE JULHO: UM CHAMADO À REFLEXÃO E À LUTA POR JUSTIÇA SOCIAL E RACIAL

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Presidente do Sindsel: Nicinha Lopes

Neste 25 de Julho, Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha, nós, do SINDSEL, reforçamos o compromisso com a luta antirracista e feminista, reconhecendo a importância dessa data como um marco de reflexão, resistência e reivindicação. Mais do que uma data simbólica, é um alerta sobre a urgência de políticas públicas específicas para mulheres negras, que seguem sendo invisibilizadas em espaços de poder, na saúde, no trabalho e na vida cotidiana.

Se as mulheres brancas já enfrentam as consequências do machismo estrutural e da desigualdade salarial mesmo quando conseguem ocupar cargos de chefia, para as mulheres negras a realidade é ainda mais cruel. O racismo se soma ao machismo e cria barreiras quase intransponíveis ao acesso a posições de liderança e reconhecimento profissional. As mulheres negras seguem fora dos espaços de decisão, mesmo sendo a base que sustenta muitas estruturas da sociedade.

Na saúde, os desafios não são menores. A medicina tradicional ainda ignora as especificidades do corpo e da vivência das mulheres negras. Não há protocolos voltados às doenças que mais as atingem, como a anemia falciforme, por exemplo. E pior: há um racismo institucionalizado no atendimento, que subestima suas dores, desacredita seus relatos e negligencia o cuidado que merecem. É desumano — e inaceitável.

Por compreender a profundidade desse cenário, o SINDSEL atua de forma ativa nas frentes de luta racial. Temos representação no COMICIN (Comitê Interinstitucional de Igualdade Racial de Limeira) e também colaboramos com os debates sobre igualdade racial dentro da FETAM-SP, fortalecendo a presença de trabalhadoras negras no movimento sindical.

A nossa entidade sempre buscou — e continuará buscando — acolher, ouvir e dar protagonismo às mulheres negras. Promovemos rodas de conversa, encontros de formação, e ações de escuta e cuidado com as trabalhadoras negras, que muitas vezes são as mais precarizadas, exploradas e silenciadas no serviço público.

Esse ano ocorrerá a “Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver”, no dia 25 de novembro, em Brasília, com o intuito de mobilizar todo o país e provocar uma reflexão coletiva que nos faça questionar: a quem interessa tanta opressão aos corpos pretos? Diariamente, mulheres negras enfrentam não só a violência institucional e a exclusão social, mas também a imposição de padrões estéticos eurocentrados que tentam moldar seus corpos, cabelos e traços a uma norma que não as contempla. Essa tentativa de apagar identidades e subjetividades é uma forma cruel de violência simbólica, que mina a autoestima, apaga histórias e impede o florescer da pluralidade que há na beleza negra.

É preciso romper com essas amarras que transformam o corpo negro em alvo de controle, exclusão e desumanização. Basta de exigir silenciamento, neutralidade e adaptação de quem carrega séculos de resistência no próprio corpo. O respeito à vida das mulheres negras começa pelo reconhecimento da sua humanidade plena — com seus corpos, vozes, desejos e dores. Porque sim: vidas negras importam.

Hoje, fazemos um chamado:

que esse dia não passe despercebido nas repartições públicas, nas escolas, nos sindicatos e nas nossas casas. Que ele nos mova a construir um novo futuro — com reparação e reconhecimento da potência das mulheres negras.

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES


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