
Israel Aparecido Gonçalves
As guerras no continente africano e na Ásia, com destaque para o expansionismo sionista no que o Ocidente chama de Oriente Médio — ao atacar de forma arbitrária a Cisjordânia, além de realizar ofensivas contra o Líbano (2024), a Síria (2024-2025), o Iraque (2024- Operation Days of Repentance) e o Irã (2025) — revelam a intensificação dos conflitos globais. Na Europa, também persiste a guerra: a Rússia não abre mão de uma vitória total sobre a Ucrânia (Iniciada em 24 de fevereiro de 2022).
O aumento de conflitos e tensões é resultado de relações internacionais cada vez mais pressionadas pelo populismo de direita. É o caso de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro do Estado de Israel, que não apenas contra-atacou o Hamas em resposta aos atentados terroristas de 07 de outubro de 2023, mas também busca anexar toda a Faixa de Gaza, historicamente reconhecida como território palestino. Já Vladimir Putin, autocrata que se apropria da imagem da antiga União Soviética — um regime totalitário conhecido como “socialismo real” (1922-1991) —, utiliza esse recurso ideológico para se manter no poder e expandir o território russo.
Com a política internacional caminhando para os extremos, em especial para uma direita que flerta com o histórico fascismo de 1919, o sistema internacional — que já não é neutro — se encontra fragilizado e em disputa. O Tribunal Penal Internacional (TPI) condenou tanto Putin quanto Netanyahu, mas ambos se recusam a reconhecer a decisão. Pior ainda, os próprios países que estruturaram a atual rede política internacional, pós Segunda Guerra (1939-1945), escolhem seletivamente quais decisões acatar: alguns apoiam a condenação de Putin, enquanto outros ignoram as acusações contra Netanyahu. Essa ambivalência está provocando o colapso do sistema internacional, levando à perda de sua relevância.
Thomas Hobbes (1588-1679) já advertia que os homens têm desejos ilimitados e que a ausência de um controle forte sobre a sociedade leva inevitavelmente à violência. Nesse sentido, torna-se evidente a importância de grandes lideranças em instituições multilaterais, bem como de organismos comprometidos com seus deveres e responsabilidades, como uma forma de Leviatã.
Israel Aparecido Gonçalves é cientista político e escreve sobre Relações Internacionais, Conflitos e Direitos Humanos. Atualmente é doutorando em Sociologia e Ciência Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Organizou mais de 20 livros nas áreas de Educação e Ciências Humanas e possui 150 artigos de opinião publicados em diversos sites e jornais do país. Seu livro mais recente é “Sociologia e Direito – Volume 3”, lançado pela Editora Periodicojs em 2025.
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