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Atualidades: Geopolítica e a desordem mundial

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Professor Israel Aparecido Gonçalves

Na geopolítica, os analistas costumam discutir a chamada ordem — ou desordem — mundial. É evidente que o ano de 2025 apresenta um cenário de grande instabilidade no campo político, econômico e militar. Isso se deve, em parte, às ações de Donald Trump, presidente dos EUA que constantemente ameaça a estabilidade global por meio de medidas financeiras e econômicas, com o chamado “tarifaço”. Soma-se a isso a guerra entre Rússia e Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2022 e os ataques de Israel contra os palestinos e sua guerra contra o Irã, que durou 12 dias.

Os russos estão em uma guerra que já dura mais de três anos, gera impactos enormes: prejuízos econômicos, perdas humanas e intensas disputas narrativas nos meios de comunicação. Uma guerra na Europa provoca um grande tensionamento na região, corrida armamentista e radicalismo político. Já no Oriente Médio, temos o caso do Estado de Israel, que, em nome da sua autodefesa frente aos ataques do Hamas, do dia 07 de outubro de 2023 realizou uma série de ações militares.

Desde outubro de 2023, Israel ataca a população civil da Faixa de Gaza — como sabemos, composta em grande parte por civis: crianças, mulheres e homens. Esses ataques se estenderam ao Irã, de forma ilegal sob a ótica do direito internacional, e ao sul do Líbano, chegando até a capital, Beirute.

Mas não se pode dizer que essa desordem atual seja algo excepcional. Se pensarmos historicamente, veremos que há paralelos importantes. Por exemplo, o período de corrida armamentista anterior à Primeira Guerra Mundial, impulsionado pelo imperialismo e pelas disputas neocoloniais na África e na Ásia, levou ao conflito de 1914, após o assassinato do herdeiro do Império Austro Húngaro — foi uma guerra europeia que rapidamente se espalhou pelo mundo.

No período entre guerras, a Alemanha, sob a frágil República de Weimar (1919-1933), não conseguiu recuperar sua economia. Foi nesse contexto que, de forma inflamada e demagógica, o nazismo de Hitler ascendeu ao poder. Antes de invadir a Polônia em 1939, deflagrando a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Hitler já havia anexado a Áustria (1938) e ocupado a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, como parte de sua política expansionista.

Posteriormente, com o fim da Segunda Guerra, veio o período da Guerra Fria (1947-1991). A União Soviética e os Estados Unidos se envolveram em conflitos indiretos em várias regiões: Vietnã, Angola, Afeganistão, entre outros. Ou seja, mesmo após 1945, o mundo nunca viveu uma ordem no sentido de uma “paz perpétua”, como idealizou certa vez o filósofo Immanuel Kant.

O mundo é um mundo em guerra. As potências globais e seus líderes frequentemente recorrem à guerra — ora declarada, ora disfarçada sob conflitos econômicos, culturais e simbólicos. Nem a ONU ou a OTAN conseguem impedem ou reduzir os conflitos.

Vivemos, em uma desordem que já estava posta historicamente. A grande diferença é que, atualmente, tanto na Rússia quanto no Paquistão, nos Estados Unidos e em Israel, há pessoas que concentram poder suficiente para, com um simples apertar de botão, matar milhões de pessoas. Um desejo político e privado de conquista territorial, baseado na destruição de grupos com ideologias diferentes daquelas que governam.

O problema da desordem mundial não se resume mais às guerras convencionais entre Estados. O maior risco está no poder bélico capaz de destruir, em poucas ações, não apenas um inimigo, mas uma parte significativa da humanidade — e talvez até o próprio planeta.

Israel Aparecido Gonçalves é cientista político e escreve sobre Relações Internacionais, Conflitos e Direitos Humanos. Atualmente é doutorando em Sociologia e Ciência Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é graduado em História e Filosofia. Organizou mais de 20 livros nas áreas de Educação e Ciências Humanas e possui 131 artigos de opinião publicados em diversos sites e jornais do país. Seu livro mais recente é “Sociologia e Direito – Volume 3”, lançado pela Editora Periodicojs em 2025.

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