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Carlo Acutis: um Santo para a era digital

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Carlo Acutis: um Santo para a era digital

Rodrigo Schlosser  e Israel Aparecido Gonçalves

Neste mês, a Igreja Católica canonizou Carlo Acutis, conhecido como o “patrono da internet”. Jovem, entusiasta da informática e criador de sites, ele mostrou que fé e tecnologia não precisam estar em polos opostos. Pelo contrário: podem se encontrar em novas formas de comunicação e de missão.

Carlo nasceu em 1991, em Londres, e cresceu em Milão. Programador autodidata, usou seus conhecimentos para criar páginas sobre milagres eucarísticos. Morreu aos 15 anos, em 2006, mas sua curta vida abriu um debate que vai muito além da espiritualidade: como a tecnologia pode ser humanizada e colocada a serviço do bem comum.

Do ponto de vista sociológico, Acutis rompeu com o estereótipo do jovem alienado da fé. Ele mostrou que é possível ser protagonista no ambiente digital sem perder os valores espirituais. Sua canonização também revela um movimento da Igreja: atualizar sua linguagem para dialogar com a geração conectada.

Já no campo jurídico, sua trajetória nos provoca a pensar sobre temas urgentes, como a proteção de dados, a responsabilidade das plataformas digitais e o destino do patrimônio informacional de quem morre. Leis como a LGPD, no Brasil, e o GDPR, na Europa, mostram que a dignidade humana precisa ser resguardada mesmo no ambiente virtual — contra a desinformação, o discurso de ódio e o abuso de algoritmos.

Acutis enxergava a tecnologia como ferramenta, não como fim. Essa visão é atualíssima: em uma sociedade cada vez mais mediada por telas, o desafio é manter a centralidade da pessoa humana. A internet deve aproximar, educar e oferecer oportunidades, não aprofundar desigualdades.

Na era digital, Carlo Acutis se torna símbolo de equilíbrio. Ele nos lembra que a inovação só faz sentido quando caminha junto com valores éticos universais, como justiça, fraternidade e dignidade. É essa reflexão — entre espiritualidade, sociologia e direito — que sua vida deixa como legado.

Sobre os autores

*Rodrigo Schlosser é bacharel em Direito pela Universidade da Região de Joinville (Univille) e especialista em Direito Processual Público pela Universidade de Santa Cruz do Sul (RS). Advogado, palestrante e professor do curso de Direito em Joinville (SC), é membro das Comissões de Direito Tributário e de Mediação, Conciliação e Arbitragem da subseção da OAB/Joinville. É autor dos artigos Reflexões sobre Maquiavel e o Estado Democrático de Direito e A Importância da Função Social da Empresa como Primórdio do Princípio da Preservação Empresarial.

**Israel Aparecido Gonçalves é doutorando em Sociologia e Ciência Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é graduado em História, Administração e Filosofia. Organizou 20 livros nas áreas de Educação e Ciências Humanas e possui 130 artigos de opinião publicados em diversos sites e jornais do país. Seu livro mais recente é “Sociologia e Direito – Volume 3”, lançado pela Editora Periodicojs em 2025

 

 


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