Homens precisam cuidar mais da própria saúde, alerta médico

Adalberto Mansur- jornalista

As mulheres vivem, em média, sete anos a mais que os homens no Brasil. O dado do IBGE reforça uma mensagem difundida pelo médico Flávio Dias de Oliveira, da Hapvida: o público masculino precisa atuar mais no sentido da prevenção. Esse gesto representa não apenas autocuidado, mas também um ato de amor à família.

“Ir ao médico antes de sentir dor pode salvar anos de vida. Prevenir é muito mais simples que tratar uma doença já avançada”, afirma o profissional. “Neste Dia dos Pais, o melhor presente pode ser um compromisso: marcar aquela consulta de rotina e cuidar da saúde para viver mais e melhor com quem se ama”.

Os dados do IBGE mostram que a questão vai além da genética. O Ministério da Saúde avalia que a procura por serviços médicos entre o público masculino é cerca de 30% menor, o que também gera uma menor realização de exames preventivos.

Clínico geral e oncologista, Flávio aponta pelo menos três motivos para esse cenário. “Um deles é cultural: há uma ideia reprovável de que buscar médico é sinal de fraqueza. A rotina também influencia, já que muita gente alega dificuldade para conciliar horários com consultas. Por fim, sentimos um foco no agora: eles procuram ajuda apenas quando sentem dor ou têm sintomas avançados”, exemplifica o médico.

A ausência de hábitos saudáveis traz consequências. O sedentarismo aumenta o risco de infarto, AVC e diabetes, segundo Flávio. Uma avaliação cardiológica anual, eletrocardiograma e, quando indicado, teste ergométrico são fundamentais.

O tabagismo é outro complicador. Cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão são causados pelo cigarro. Nesse caso, a espirometria é um exame indicado por avaliar a função pulmonar. Para fumantes de longa data, pode-se considerar solicitar exames complementares.

Exercícios físicos periódicos, ter alimentação saudável e evitar bebida alcoólica em excesso também são práticas que ajudam na qualidade de vida, assim como tomar bastante água ao longo do dia.

Próstata e AVC

A partir dos 50 anos de idade, é recomendável avaliar periodicamente as condições da próstata. Caso exista histórico familiar de ocorrências envolvendo essa glândula do corpo, o monitoramento deve ser antecipado para os 45 anos. Exame de PSA e, se indicado, toque retal estão entre os cuidados básicos.

Avaliações periódicas também previnem o Acidente Vascular Cerebral (AVC), principalmente a partir dos 50 anos de idade. Monitorar a pressão arterial, fazer o rastreamento de colesterol e diabetes e avaliar arritmias – por meio do eletrocardiograma – constam da lista das práticas recomendadas.

Os cuidados incluem a vacinação em dia – especialmente contra tétano, hepatite B, gripe e covid-19. Os exames oftalmológicos devem ser intensificados após os 40 anos. A avaliação dermatológica previne o câncer de pele. Também tem sido cada vez mais comum acompanhar a saúde mental do homem.