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O Arsenal do Irã e a Supremacia Aérea de Israel: Um Conflito Complexo

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Professor Israel Aparecido Gonçalves

Israel Aparecido Gonçalves

O isolamento político e militar do Irã foi o maior erro estratégico do regime teocrático do aiatolá. Por mais que o Irã tenha relações comerciais com dois grandes players — os russos e os chineses —, estes entenderam que uma coisa é o comércio e outra é a impossibilidade de vencer uma guerra direta contra os EUA. Talvez tal conflito realmente gerasse uma terceira guerra mundial, uma guerra em que nenhum país sairia vencedor — fato já simulado pela Teoria dos Jogos, no que se chama de jogo de soma zero.

Se o isolamento militar é evidente, o regime político iraniano ainda pode contar com a boa vontade dos russos. Pelas informações que repercutem em alguns sites, os russos teriam avisado que as três usinas nucleares iranianas seriam atacadas pelos EUA. Será que quem avisa é amigo? Acredito que não. Os russos não são amigos de ninguém e veem no Irã um fornecedor de armas, drones e um parceiro estratégico — inclusive como membro do banco dos BRICS, desde 2024, quando o Irã oficialmente entrou para a organização.

Outro fato que chama atenção é que o Irã parecia dispor de uma rede de inteligência e de equipamentos mais adequados para a vigilância do seu espaço aéreo. Segundo o Global Firepower (GFP), o Estado de Israel possui a décima quarta melhor força armada do mundo, e o Irã aparece logo atrás, em décimo quinto. Quando a guerra se iniciou, em 13 de junho, com um ataque considerado ilegal perante o Direito Internacional contra o Irã — mas justificado como autodefesa pelos sionistas —, ficou evidente que a posição do Irã no ranking estava superestimada. Em 48 horas, as forças israelenses dominaram todo o espaço aéreo do Irã, que ocupa a décima oitava posição entre os maiores países do mundo, enquanto Israel está em 149º lugar.

É fato que o domínio do espaço aéreo pelos sionistas não significou hegemonia na guerra contra os iranianos. Estes resistiram, enviando, no início do conflito, centenas de mísseis contra Israel. Após uma semana de guerra, o Irã ainda lançava dezenas de mísseis, surpreendendo os sionistas e seus sistemas de defesa — eficientes contra foguetes, mas precários diante dos mísseis hipersônicos iranianos.

Entendo que a combinação dos sistemas de contra-ataque iranianos — os mísseis balísticos (Kheibar Shekan, Emad, Fattah, Ghadr, Sejjil, Haj Qasem), somados aos mísseis de cruzeiro (Paveh) e aos drones (Shahed) — demonstrou um poder de resistência que evidencia um arsenal diversificado, com alcance, precisão e tecnologia avançada. Esse fator foi subestimado pelos sionistas, que pediram ajuda aos americanos — mais uma vez demonstrando que o Estado de Israel só consegue manter sua soberania e seu projeto imperialista sob a égide de uma potência estrangeira, no caso, os EUA.

Israel Aparecido Gonçalves é cientista político e escreve sobre Relações Internacionais, Conflitos e Direitos Humanos. Atualmente é doutorando em Sociologia e Ciência Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é graduado em História e Filosofia. Organizou mais de 20 livros nas áreas de Educação e Ciências Humanas e possui 135 artigos de opinião publicados em diversos sites e jornais do país. Seu livro mais recente é “Sociologia e Direito – Volume 3”, lançado pela Editora Periódicos em 2025.

Aula gratuita sobre o conflito Israel, EUA e o Irã, acesse aqui: https://cursosdoprofisrael.my.canva.site/palestra

 


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