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O governo do Estado de Israel e sua proximidade com o neonazismo

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Professor Israel Aparecido Gonçalves

Em 2025, o que já era conhecido por todos transformou-se em um espetáculo. A matança de civis é alarmante e criminosa. Os membros do governo do Estado de Israel são acusados de crimes de guerra, promovendo, de forma deliberada, a morte de crianças palestinas. Até mesmo aliados históricos de Israel, como Donald Trump e Emmanuel Macron, já perceberam que o genocídio é evidente, sendo amplamente registrado e transmitido ao vivo.

O Tribunal Penal Internacional expediu, em novembro de 2024, mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, sob acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. No entanto, o Ocidente finge que essa condenação não existe. O genocídio é financiado por países chamados de “civilizados”, como França, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, entre outros, que vendem armas, fornecem tecnologia e emprestam recursos financeiros, contribuindo para a morte de civis na Faixa de Gaza.

A forma como os civis em Gaza estão cercados — por soldados, tanques, pela marinha e pela força aérea israelense, com bloqueio de alimentos e água — remete aos campos de concentração nazistas. Eventualmente, o governo de Netanyahu permite a entrada de suprimentos, mas sempre de forma insuficiente para atender às necessidades de mais de dois milhões de pessoas.

A racionalidade do comando militar israelense segue uma lógica de “terra arrasada”, visando ao extermínio completo dos palestinos em Gaza, com ataques também na Cisjordânia. É fundamental deixar claro que, em nenhuma hipótese, se pode confundir o sionismo com a totalidade da sociedade israelense, assim como não se deve generalizar o radicalismo islâmico como expressão da vontade da maioria dos civis palestinos. É direito tanto dos palestinos quanto dos judeus pertencerem a um território, criarem seus filhos com dignidade e cultivarem seus costumes.

Outro fator relevante é o grupo armado Hamas, que, do ponto de vista das ações, iniciou os massacres em 7 de outubro, no sul de Israel, assassinando civis inocentes, deixando um rastro de terror injustificável e mantendo reféns em túneis localizados em Gaza. Como resposta, o governo de Israel declarou guerra total à facção do Hamas, bombardeando o norte e, posteriormente, o sul de Gaza, ambos densamente povoados. Estima-se que o Hamas possua entre 30 e 40 mil combatentes, mas não dispõe de aviação, marinha ou carros de combate. O grupo recorre a civis como escudos humanos, utiliza túneis e instalações civis como instrumentos militares.

Por outro lado, o Exército de Israel figura entre os mais poderosos do mundo, com mais de 350 mil soldados equipados com tecnologia de ponta, satélites, drones e apoio irrestrito da maior força militar global: os Estados Unidos.

Destaca-se que a Alemanha nazista também era uma potência militar, impulsionada por uma ideologia nacionalista e militarista. Entretanto, a ideologia nazista, gestada no início do século XX, tinha como essência a crença em uma raça pura, a chamada “ariana”, uma construção sem qualquer base científica. Para a realização desse projeto, era necessário um território — o “espaço vital” — que se estenderia de Berlim até Moscou. Hitler buscou concretizar essa expansão militarmente, mas, para felicidade da humanidade, esse objetivo fracassou.

Em uma análise comparativa, é interessante notar que o sionismo surgiu antes do nazismo, no século XIX, como um movimento nacionalista que buscava criar um território para o povo judeu — e conseguiu realizar esse intento. Por razões políticas e mediante acordo com a Grã-Bretanha, o local escolhido foi a Palestina, então majoritariamente habitada por árabes, que foram expulsos com a criação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, e após sucessivas guerras. O sionismo, contudo, busca expandir ainda mais o território israelense, o que levou à ocupação militar da Cisjordânia, com ações criticadas pela ONU. Israel também ocupou Gaza até 2005, mantendo desde então um bloqueio militar rigoroso na fronteira da região.

De fato, setores radicais do sionismo não hesitam em eliminar até mesmo judeus moderados. O assassinato do primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, em 1995, por Yigal Amir, um extremista sionista, é exemplo desse radicalismo. Rabin buscava implementar os Acordos de Oslo, que poderiam ter colocado fim à expansão territorial israelense sobre a Palestina. O crime contra Rabin ilustra uma prática que também foi comum durante o nazismo: assassinar cidadãos que não aderissem às diretrizes políticas e totalitárias do regime.

É importante enfatizar: Gaza é um território densamente povoado, bloqueado militarmente, onde civis vivem sob condições extremas. A morte indiscriminada de inocentes, os ataques a hospitais, ambulâncias, casas, campos de refugiados, o deslocamento forçado de civis, e a interrupção no fornecimento de água e energia elétrica, são ações promovidas por Israel em nome da retaliação. Tais ações não buscam a negociação para a libertação de reféns, mas resultam na prática de um mal supremo: a morte fria e calculada de civis palestinos.

Por outro lado, tanto Israel quanto o Hamas não escondem os crimes que cometem; pelo contrário, exibem as mortes de civis como se fossem feitos gloriosos, quando, na realidade, são tragédias humanas.

Percebe-se, então, que as ações atuais do governo israelense em Gaza apresentam semelhanças perturbadoras com práticas totalitárias e genocidas do passado. O governo da Alemanha, já sob uma democracia, apoia a causa sionista, talvez em parte como reflexo de seu passado trágico.

Gaza, guardadas as devidas proporções, é hoje comparada ao “Gueto de Varsóvia” da Segunda Guerra Mundial. As estratégias e táticas militares adotadas conferem ao exército israelense um grau de semelhança com o neonazismo, ao atacar diretamente civis desarmados, escolas, hospitais, ambulâncias e campos de refugiados. Isso revela que a guerra contra o Hamas, na prática, tem como objetivo não apenas neutralizar a facção, mas eliminar sistematicamente a população palestina.

O principal interesse do governo sionista parece ser a conquista total do território palestino, e, para isso, busca-se excluir seus habitantes, rotulados pela mídia ocidental e por setores do sionismo como terroristas.

Israel Aparecido Gonçalves é cientista político e escreve sobre Relações Internacionais, Conflitos e Direitos Humanos. Atualmente é doutorando em Sociologia e Ciência Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é graduado em História e Filosofia. Organizou mais de 20 livros nas áreas de Educação e Ciências Humanas e possui 131 artigos de opinião publicados em diversos sites e jornais do país. Seu livro mais recente é “Sociologia e Direito – Volume 3”, lançado pela Editora Periódicos em 2025.

 Um outro texto sobre o tema de autoria do professor Israel é: “Horror Como Espetáculo: Uma análise do conflito entre o Hamas e Israel em 2023”. Disponível em: https://www.periodicojs.com.br/index.php/gei/article/view/1742/1529

 

 

 

 

 


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