
As últimas semanas têm sido marcadas por ações que rompem barreiras culturais ao incentivar conversas abertas sobre saúde masculina, quebrando tabus e estimulando os homens a buscarem cuidado preventivo em questões como o câncer de próstata. Ao mesmo tempo, é necessário ampliar esse debate para outro aspecto igualmente vital: a saúde mental masculina.
A avaliação é do psicólogo Vicente Melo, coordenador de Psicoterapia em Telessaúde da Hapvida. Melo faz um paralelo, a partir do Novembro Azul: dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostram que 46% dos homens procuram um médico somente quando apresentam sintomas. “Isso reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata”, afirma o psicólogo.
Já os estudos da Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que as taxas globais de mortalidade por suicídio são “75% mais altas em homens do que em mulheres”. “Essa realidade escancara que o adoecimento não é apenas físico, mas também psicológico. O tabu em torno da vulnerabilidade masculina constitui, por si só, uma questão de saúde pública mundial”, relata.
Historicamente, os homens foram ensinados a desempenhar papéis marcados pela força, pela racionalidade e pela ausência de vulnerabilidade. “Essa construção social e histórica do machismo cobra um preço alto, especialmente no campo emocional e relacional. Desde cedo, muitos aprendem a reprimir sentimentos, a não demonstrar fragilidade e a evitar pedir ajuda. O resultado é uma geração que, frequentemente, sofre em silêncio diante da dor emocional e de diversas psicopatologias”, avalia o psicólogo.
Falar sobre saúde do homem exige incluir temas como autocuidado emocional, inteligência emocional, expressão de sentimentos e fortalecimento das redes de apoio. Melo aponta a necessidade da criação de espaços seguros, “nos quais os homens possam falar sobre seus medos, inseguranças e sofrimentos sem medo de julgamento, é um passo essencial rumo à prevenção e ao bem-estar integral”.
É importante buscar ajuda
A psicoterapia tem se mostrado um caminho eficaz nesse processo. Para o psicólogo, “o acompanhamento psicológico oferece um espaço de acolhimento e escuta empática, permitindo desconstruir padrões rígidos de masculinidade e aprender novas formas de lidar com as emoções e com a vida cotidiana”.
Melo ainda indica práticas que também podem transformar a rotina, como dedicar tempo a si mesmo e movimentar o corpo. “Os homens devem questionar comportamentos automáticos, permitir-se sentir e, sobretudo, buscar ajuda profissional sempre que necessário”, relata.
Falar sobre saúde mental é um ato de coragem e de responsabilidade, consigo mesmo e com todos ao redor, segundo o psicólogo. “O verdadeiro sentido de ações como o Novembro Azul deve ser o de promover uma cultura de cuidado integral, em que o homem reconheça que ser forte também é saber pedir ajuda”, conclui.
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