
Como de costume duas vezes no mês eu e meu amigo, o ator e poeta Edson Pereira, marcamos um café no bar do Takeshi em frente à Igreja Nossa Senhora da Boa Morte.
Takeshi um japonês gente boa que nos tornamos amigos, abre seu estabelecimento sempre às 8 horas em ponto, não atrasa um minuto sequer. Mas, nesse dia inicio de primavera estação do ano que mais admiro, pois na primavera parece que tudo renasce, cheguei as 7h30 para o café encontrei o bar fechado ainda.
Enquanto esperava Takeshi iniciar seu dia de trabalho fiquei na praça em frente observando uma Rolinha recolhendo gravetos secos de árvores para fazer seu ninho, neste tempo que fiquei observando ela pousou e levantou voo umas quinze vezes, fiquei admirado e refletindo no ciclo da vida daquela pequena ave, que perdeu seu habitar natural para Selva de Pedras que o progresso transformou a cidade.
Nesta breve estadia naquela praça comecei olhar em volta a situação lamentável do local, sujeira pelo piso de pedras portuguesas, os locais que não foram ocupados pelo concreto e pedras não há gramas tudo terra e seca. Um grupo de pessoas em situação de rua falando alto entre eles a espera de esmolas, e a Rolinha continuava sem cansar seu trabalho para preservar sua espécie.
Quando meu amigo abriu seu bar atravessei a rua! Lá ficamos conversando sobre a situação em que se encontra o local. Neste momento o poeta Edson parou o carro e nos disse para esperar, pois ele não estava conseguindo vaga para estacionar. Achei um absurdo os administradores da igreja colocar duas cancelas para impedir que se estacione em frente ao Templo. É caro leitor é proibido estacionar em frente a um local que teoricamente é um espaço público. Para maior indignação tendo um hospital, um grande supermercado, e lojas na mesma via.
O poeta conseguiu uma vaga a quatro quarteirões e em fim tomamos nosso café e colocamos o papo em dia. Mas, as cenas que tive a oportunidade de vivenciar ficou em minha memória e me incomodou o dia todo.
Primeiro o que o progresso fez e faz para dificultar à continuidade da espécie silvestre, no caso a dura jornada da Rolinha em dar continuidade a sua espécie.
Segundo a mendicância que está num nível alarmante nas grandes cidades, e em terceiro, mas não menos importante a falta de empatia com o cidadão que paga seus imposto no município, e é impedido de estacionar seu carro em frente a uma igreja porque os donos da igreja se sentem incomodados com a presença de gente.
Faço uma pergunta para nossas autoridades. Quem é o dono da Praça da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte? É a Diocese de limeira?
É A Confraria da Igreja? Ou talvez a Prefeitura?
Enquanto não temos as respostas vamos torcer pela Rolinha chocar seus ovinhos e perpetuar sua geração, os pedintes conseguirem uns trocados para o café da manhã, meu amigo Takeshi que tenha sucesso nas vendas, e meu amigo poeta e ator continue escrevendo sua poesia, apresentando suas peças teatrais, e que consiga uma vaga para estacionar no centro caótico de nossa querida Limeira. E Eu vou continuar filosofando a bravura daquela Rolinha para sobreviver na Selva de Pedras.
Borá lá! Vida que segue.
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